Literacia Ambiental: um desafio universitário na formação de Educadores de Infância
Realizou-se, a 27 de Julho de 2007, a defesa da tese de Mestrado em Educação Ambiental de Ana Isabel Bandola Godinho, sob a orientação dos Professores Francisco Sousa do Departamento de Ciências da Educação e Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias, ambos da Universidade dos Açores, com o título "Literacia Ambiental: um desafio universitário na formação de Educadores de Infância".
O júri foi constituído pela Doutora Rosalina Maria de Almeida Gabriel, professora auxiliar da Universidade dos Açores (por designação do Magnífico Reitor), Doutor José Augusto de Brito Pacheco, professor associado com agregação da Universidade do Minho, Doutor António Félix Flores Rodrigues, professor auxiliar da Universidade dos Açores, Doutora Emiliana Leonilde Diniz Gil Soares da Silva, professora auxiliar da Universidade dos Açores e Doutor Francisco José Rodrigues de Sousa, professor auxiliar da Universidade dos Açores.
O júri foi constituído pela Doutora Rosalina Maria de Almeida Gabriel, professora auxiliar da Universidade dos Açores (por designação do Magnífico Reitor), Doutor José Augusto de Brito Pacheco, professor associado com agregação da Universidade do Minho, Doutor António Félix Flores Rodrigues, professor auxiliar da Universidade dos Açores, Doutora Emiliana Leonilde Diniz Gil Soares da Silva, professora auxiliar da Universidade dos Açores e Doutor Francisco José Rodrigues de Sousa, professor auxiliar da Universidade dos Açores.
O estudo apresentado, assentou predominantemente numa abordagem quanti-qualitativa que se configurou, de acordo com o método utilizado, Ex post facto, no estudo da transmissão de conhecimentos ambientais no curso de Educadores de Infância da Universidade dos Açores, através da análise do currículo formal e currículo oculto.
Os resultados obtidos apontam para alguma influência do currículo oculto, através de aprendizagens ambientais não explícitas e/ou não intencionais, que ocorrem no contexto universitário, e a existência de um peso significativo do currículo formal, no que respeita à construção de uma literacia ambiental com um pendor para a vertente da cidadania.
Tratando-se da formação de profissionais, cujas competências estão definidas e socialmente legitimadas no perfil de desempenho profissional, pode afirmar-se que o currículo formal dos Educadores de Infância formados na Universidade dos Açores, tem um contributo importante para a construção da sua literacia ambiental, embora esses profissionais não o reconheçam, pelo menos de forma consciente.
Observaram-se diferenças entre as preocupações ambientais manifestadas pelos alunos do primeiro ano do Curso de Educação de Infância e os profissionais que concluiram o curso no ano lectivo transacto. Os primeiros procuram maioritariamente a informação ambiental nos meios de comunicação social enquanto que os segundos procuram mais revistas especializadas, colóquios e conferênicas.
Tanto os alunos do primeiro ano, como os Educadores que já concluíram o curso, consideram-se suficientemente bem informados sobre as grandes questões ambientais da actualidade. Essas opiniões são próximas das observadas nos Estados Unidos da América, onde a maioria dos americanos acreditam estar mais bem informados do que realmente estão.
A degradação física das antigas instalações do Campus de Angra do Heroísmo, passam uma "mensagem invisível" de "falta de cuidados ambientais" aos seus alunos, não favorecendo o aparecimento de atitudes "ambientalmente correctas".
Desta investigação parece que nada na Universidade é neutro, que os alunos aprendem muito para além do que lhes é ensinado pela via formal e que os procedimentos organizacionais têm incidências nos valores e motivações ambientais dos alunos.
Os inquiridos neste trabalho, Educadores de Infância formados na Universidade dos Açores, tem um forte pendor ecológico de acordo com os valores preconizados no Novo Paradigma Ambiental. Vários factores podem explicar este facto: a frequência do curso universitário em análise e a influência do currículo formal e oculto, uma vez que esses profissionais reflectem mais sobre as temáticas ambientais do que os alunos que só agora iniciam a sua formação.
Da análise feita à escala de conhecimentos ambientais locais, todos os inquiridos neste estudo tendem a concordar com as afirmações que propõem alteração de comportamentos pessoais em benefício do meio ambiente da Região, todavia, quando as afirmações são colocadas numa óptica de desenvolvimento regional, podendo existir prejuízo para o ambiente, tendem também a concordar com elas.
As questões culturais e tradicionais, não são consideradas pelos inquiridos como sendo educação ambiental, admitindo assim que o desenvolvimento socialmente desejavel, economicamente viavel e ambientalmente sustentavel, não bebe dos valores da cultura popular.
Esta investigação aponta para grandes potencialidades do Campus de Angra do Heroísmo na promoção da Educação Ambiental entre alunos, professores e funcionários, se conseguir divulgar eficazmente o trabalho que efectua nessa área. Assim a instituição deverá pugnar por um modelo de comportamento pró-ambiental, envolvente e estimulante que promova a literacia ambiental, principalmente entre os alunos, que desencadeiam efeitos multiplicadores.
A Universidade tem responsabilidade social no desenvolvimento da literacia ambiental dos educadores de Infância e na construção de alicerces para a inclusão da educação ambiental no ensino pré-escolar e básico. A Universidade é assim o lugar priveligiado para uma educação dirigida às exigências dos nossos tempos, direccionada não só às crianças, mas também a adolescentes e adultos.
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