Análise de qualidade de silagens de milho na Ilha Terceira

Esta tese de Mestrado em Produção Animal de Valentina Santos, foi orientada pelos Professores Doutores Armando Venâncio da Universidade do Minho e o Professor Doutor José Estevam de Matos da Universidade dos Açores. O título completo da tese é "Análise de qualidade de silagens de milho na Ilha Terceira: I. Microbiótica fúngica e pesquisa de micotoxinas e II. Identificação molecular de Aspergillus fumigatus.".

Aspergillus fumigatus

As silagens de milho e de erva nos Açores representam uma importante fonte de alimento para vacas leiteiras. A sua deterioração por fungos ocorre frequentemente com instabilidade aeróbia, os fungos proliferam resultando em silagens instáveis com perda de substâncias nutritivas e com contaminação por micotoxinas.
Para este estudo, foram colhidas amostras de 29 silos de milho produzidos na Ilha Terceira, correspondendo a um total de 101 amostras. De cada silo, retirou-se uma amostra do meio, da superfície e de zonas consideradas críticas (com presença de bolores visíveis). Todas as amostras foram objecto de análises físico-químicas e micológicas. Adicionalmente pesquisou-se fumonisina B1 e desoxinivalenol a 25 amostras provenientes do meio do silo.
Todas as amostras analisadas apresentaram contaminação por fungos, independentemente da sua proveniência. Oitenta e quatro por cento continham leveduras, com teores superiores a 104 UFC/g. Entre os bolores, o Aspergillus fumigatus foi a espécie predominante, tendo sido isolado no total em 70 amostras (69,3%); 20 (56%) do meio do silo, 25 (69%) da superfície e em 25 (86%) amostras das zonas consideradas críticas. Outros fungos identificados, por ordem de ocorrência pertenciam aos géneros Mucor, Absidia, Penicillium, Rhizopus, Trichoderma, Monascus e Paecilomyces. Ainda, Cladosporium, Fusarium, Phoma, Sepedonium e Verticillium, isolados em apenas uma amostra cada um.

Aspergillus fumigatus

A fumonisina B1 foi detectada em 14 amostras (56%), e o desoxinivalenol em 10 amostras (40%).
O A. fumigatus foi objecto de um estudo pormenorizado por de ter sido o fungo mais abundante nos silos e porque tem sido descrito como causa de micoses pulmonares e alergias respiratórias, podendo ainda produzir micotoxinas. A sua identificação morfológica foi confirmada por PCR, tendo-se aperfeiçoado a técnica de extracção de ADN e definido um procedimento simples e rápido para a sua identificação.